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Excesso de Ansiedade: Causas e como lidar com esse transtorno



Apesar de vivermos em um dos momentos da história humana com mais avanços científicos e tecnológicos, conhecimentos e comodidades, que facilitam nossas existência, a humanidade é assolada pelo excesso de ansiedade.

Na época de nossos antepassados, eles sentiam ansiedade e se afligiam por viverem em cenários afetados por desolações como enormes epidemias, fome, miséria,escravidão e guerras mundiais.

Embora os seres humanos contemporâneos não vivam os problemas que nossos antepassados enfrentaram, eles reagem com grande ansiedade aos tempos atuais.

Atualmente, os problemas são outros e os seres humanos sentem-se ansiosos com as notícias, ameaças de assalto, com a falta de emprego ou com os problemas políticos do país e respondem à certos gatilhos da vida moderna com preocupação, irritação, tensão e reações nervosas. 

Até uma a prova para um concurso, uma entrevista de emprego ou a necessidade de falar em público, provocam uma grande ansiedade que acelera os pensamentos para antecipar as respostas à estes desafios e escapar de aborrecimentos ou frustrações no futuro.


A ansiedade só passou a ser encarada com mais estudo e aprofundamento à partir das análises e obras de Sigmund Freud (1856-1939), posteriormente  sendo inserida em tratados médicos e psicológicos e diagnosticada como problema de saúde, por isso, possivelmente, nossos avós e pais tiveram transtorno de ansiedade, sem saberem disso.

Saiba mais informações sobre ansiedade e como identificar e lidar com esse problema.

Fatores ligados à ansiedade:


Um fator desencadeante de transtornos de ansiedade são os problemas ocorridos na infância, o psiquiatra Giovanni Abrahão Salum, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul descreve um exemplo disso:

“Crianças que passaram por abuso ou negligência têm um risco duas a três vezes maior de sofrer com transtornos mentais na adolescência ou na fase adulta.”

A hereditariedade e o relacionamento familiar também são fatores determinantes para um individuo ser mais propenso á ter os nervos à flor da pele e sofrer de transtorno de ansiedade.

Brasileiros são muito ansiosos:


Em 2017, a Organização Mundial da Saúde (OMS) publicou um documento com estatísticas dos distúrbios psiquiátricos que afetam pessoas no mundo inteiro e ficou evidenciado que os transtornos de ansiedade atingem um total de 264 milhões de indivíduos, desses, 18 milhões são brasileiros.

O Brasil apresenta elevado índice dessa desordem psíquica, que afeta 9,3% da população.

A porcentagem dos brasileiros é maior comparada com outras nações: nas Américas, quem se aproxima desse índice são os paraguaios, com uma taxa de 7,6% e na Europa, os noruegueses, 7,4%.

O psiquiatra Pedro Eugênio Ferreira, da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul atribuiu à isso os seguintes agravantes :

“Fatores como índice elevado de desemprego, economia em baixa e falta de segurança pública representam uma ameaça constante.”

Além disso, preocupações com a saúde, notícias e problemas políticos e sociais também contribuem para a ansiedade dos brasileiros.

Transtorno de Ansiedade:

A ansiedade se torna um transtorno quando passa do ponto, sai do controle, como um trem que descarrilha dos trilhos.

Quando se torna um transtorno, a ansiedade trava e paralisa a pessoa frente as situações desafiadoras ou ameaçadoras, tornando o indivíduo incapaz de tomar decisões e lidar de forma satisfatória com as situações mais difíceis de seu dia-à-dia.

O nervosismo exagerado impede que ele enfrente esses desafios e lide melhor com seus problemas e responsabilidades,

Alguns efeitos comportamentais do Transtorno de Ansiedade: 


A ansiedade em excesso pode gerar no individuo as seguintes reações:

sair de casa torna-se um calvário

assumir compromissos, vira um fardo

prazos de entrega de trabalhos são encarados como uma tortura

eventos sociais são vistos como situações ameaçadoras

Com tudo isso, a qualidade de vida da pessoa se reduz bastante e pode chegar até ao isolamento e depressão.

O que pode acontecer quando a ansiedade passa do limite: 


Segundo um estudo norte-americano da Universidade Harvard, pessoas com os quadros graves e agudos de ansiedade levam em média sete anos para buscar um profissional de saúde e em casos que os sintomas são mais leves e contínuos, essa demora se arrasta por 16 anos.

Essa demora de diagnóstico e tratamento contribui com o agravamento do quadro de ansiedade, levando à uma crescente evolução do problema e o surgimento de outros problemas afins, como:


compulsões

alcoolismo

drogas

depressão

e em situações extremas, até ao suicídio. 

Se você perceber que vive com exagerada alteração emocional, humor que oscila demais e pensamentos excessivos e recorrentes, pode ser um sinal que precisa da ajuda de um terapeuta, psicólogo ou profissional da saúde.

A avaliação, o exame e a conversa com um especialista ajuda a diagnosticar se realmente se trata de transtorno de ansiedade ou outros problemas relacionados e qual será a melhor abordagem terapêutica.

Como a ansiedade surge e se manifesta:

Seguem algumas alterações de comportamento provocadas pelo transtorno de ansiedade para poder identificar melhor esse problema.

1. Tensão e estado de alerta constantes, como se estivesse sempre em ameaça e perigo.

2. Se surge alguma situação que é encarada como um risco eminente, as glândulas suprarrenais, liberam doses extras de adrenalina e cortisol intensificando o mecanismo de defesa.

3. O corpo responde à todo esse desequilíbrio com reações como: taquicardia, tensão muscular, transpiração excessiva, tremedeira e falta de ar.

4- Passada a ameaça de perigo, vêm o esgotamento e a falta de energia.

Os 6 principais tipos de ansiedade:


O transtorno de ansiedade pode se agravar de várias formas como:

Transtorno de ansiedade generalizada - TAG:

Esse tipo de transtorno é acionado com a a sensação de antecipação de que algo ruim irá acontecer à qualquer momento, gerando grande pressão interna e pavor.

Nesse estado, os problemas tomam proporções gigantescas e o indivíduo fica obsessivamente preocupado e impotente para enfrentá-los e resolvê-los.

Transtorno obsessivo-compulsivo - TOC:


Esse transtorno tem como característica pensamentos aflitivos e repetitivos que somente são abrandados quando se repete um comportamento padronizado e sistemático.

Exemplos de comportamentos do TOC: 
pessoas que só saem por onde entraram, aqueles que acendem e apagam o interruptor três vezes ou quem lava as mãos várias vezes seguidas; tudo isso para não sentir um mal-estar ou pensar que irá acontecer algo ruim se não realizar tal ação.

Estresse pós-traumático:


Pessoas que viveram intensas situações traumáticas, como soldados que participaram de guerra, vítimas de atentados ou catástrofes ou que sofreram algum acidente têm a tendência de manifestar o transtorno de estresse pós-traumático.


Nesse transtorno, a lembrança dessa experiência dolorosa segue assombrando a mente da pessoa que sofreu determinado trauma causando tormentos, insônia, irritabilidade e pânico.

Ataque de pânico:

Esse problema se caracteriza pela sensação de que se está morrendo e vem as sensações do coração disparado, o corpo estremecendo, acompanhados de vertigem, náuseas e até vômitos.

Essas reações são confundidas com enfarte, mas, depois, do atendimento médico e a pessoa mais calma, os sintomas de ataque de pânico cessam.

Fobia social:

Medo extremo de participar de eventos e situações sociais.

A ansiedade é desencadeada pelo medo de ser julgado, discriminado ou criticado por desconhecidos, dessa forma, a exposição e falar em público representam um verdadeiro martírio.

Fobias e síndromes diversas:

O temor e medo constantes de certos objetos, animais ou situações podem gerar apreensão e ansiedade incontrolável.

Essa sensação pode ter origem de uma experiência traumática ou um grande susto.

Tratamentos:
Geralmente, em casos extremos de ansiedade o especialista indica medicamentos psicoterápicos que estabilizem o quadro do paciente.

Há casos que são moderados e é possível ter bons resultados somente com sessões de terapias.

O terapeuta Juan Carlos Picasso, diretor da Rituaali, clínica e spa no Rio de Janeiro, diz que, a terapia que mais se destaca entre as abordagens psicológicas com evidências científicas é a terapia cognitivo-comportamental e sobre isso ele esclarece:

“Nosso objetivo é identificar a crença que está atrapalhando o indivíduo e, a partir daí, transformá-la em um pensamento novo, que mude suas atitudes e a forma como ele enxerga a vida.”

Esse processo ocorre de dentro para fora e o terapeuta por meio de conversa conduz o paciente à reflexão sobre os seus temores para ele tomar consciência deles e assim poder superá-los.

Atitudes e hábitos que ajudam à diminuir a ansiedade:

Aliadas ao tratamento, certas atitudes podem promover a melhora do paciente e também prevenir o transtorno de ansiedade, como por exemplo:

O contato com a Natureza e com os animais

Alimentação natural com base em vegetais e hábitos saudáveis

Exercer atividades que acalmem e desacelerem, tais como: Meditação, Yoga, Ballet, Pintura ou Artesanato

Fazer pausas, no dia-à-dia, para respirar e relaxar

Ouvir músicas que acalmem

Ler bons livros que ajudem melhorar a relação consigo mesmo e a qualidade dos pensamentos

E, principalmente, se situar e ancorar no presente, pois, o passado nos serviu de aprendizado e o futuro será o resultado de como vivemos nosso momento atual.

Por Deise Aur

Fone de Pesquisa: Saúde Abril

Foto: Grae Dickason





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